sexta-feira, 12 de junho de 2015

Quem foram Sócrates e Platão? O que se sabe a respeito deles e suas filosofias?

Quem foram Sócrates e Platão? O que se sabe a respeito deles e suas filosofias?

 Andreza Medeiros, Camila Santa Rosa, Carolina de Santi, Janaína Santana, Jorge Henrique Melo, Matheus Campos

Sócrates e Platão foram pensadores gregos cujos trabalhos buscavam a superação do pensamento mítico a fim de se aproximar da verdade. As informações que temos sobre a vida de Sócrates são diversas, porém insuficientes. Seus discípulos Xenofonte e Platão, assim como outros filósofos, nos falam de Sócrates cada um o representando à sua maneira, mas nenhum dos retratos tem grande probabilidade de ser rigorosamente verídico.
         É historicamente aceito que existiu um Sócrates nascido em Atenas em 470 a.C., filho de uma parteira chamada Fenareta e um provável escultor chamado Sofronisco. Teria vivido toda a vida na pobreza, embora nunca tenha sido escravo; nunca saiu de Atenas e teve três filhos com uma mulher chamada Xantipa. Talvez por ter tido pensamentos bastantes críticos sobre muitos aspectos da sociedade grega, não foi bem aceito pela aristocracia. Trabalhando sob os pórticos e praças públicas de Atenas, movido pelo amor à verdade, foi encarado como inimigo público e agitador em potencial pela elite mais conservadora. Acabou preso e condenado por tentar introduzir novas divindades na cidade e corromper a juventude, tendo como sentença a morte por envenenamento com cicuta aos 70 anos.
         Embora tenha fundado o que conhecemos como filosofia ocidental, Sócrates não deixou seus ensinamentos por escrito, de modo que os registros de seus discípulos é que nos dão a ideia de como ele nos retomou a máxima de Apolo de Delfos, “conhece-te a ti mesmo”, e aprofundou-a em todos os sentidos. O ambiente filosófico em que surgiu o pensamento socrático se encontrava dividido em dois: de um lado os metafísicos, convencidos pelo valor de suas teorias nos campos da matemática, física e astronomia; do outro os sofistas, propagadores única e exclusivamente da retórica, buscando interesses particulares e negando o poder do espírito humano. Sócrates protestou contra os dois segmentos, em especial o pensamento sofista, uma vez que defendia interesses que fossem comuns a todos, e colocou a reflexão filosófica na via da verdade que parecia abandonada. Seus primeiros estudos foram sobre a essência da natureza e alma humana, ainda que tenha evitado uma definição do próprio ser humano: reconhece que o ser humano não pode ser definido em termos de propriedades objetivas, só em termos de consciência.
         Sócrates foi o fundador da Moral como ciência racional. Contribuiu para a teoria do conhecimento com o uso do raciocínio indutivo, centrando sua procura pela verdade no ponto de vista do ser. Aos seus olhos, todo espírito humano tem em si noções necessárias ao esclarecimento dos conceitos morais, porém é preciso um auxílio para o espírito dominar tais noções em benefício próprio e alheio. Como observava que o homem julga conhecer a verdade e por isso não a procura, seu método indutivo propõe dois momentos: o momento irônico, que seria a “fase destrutiva” em que sucessivas perguntas sobre um tema são feitas ao interlocutor para força-lo a argumentar sobre seu ponto de vista até que admita sua ignorância e desconstrua o senso comum; e a maiêutica, ou o “parto de espírito”, em que é proposta a construção de novos conceitos baseados em argumentos racionais.
         Assim como Sócrates, Platão criticou o pensamento sofista com base na ideia de que o uso do discurso é dialético e há um sentido por trás de tudo o que é dito. Parte de seu trabalho busca traçar os caminhos para que se encontre esse sentido, a verdade despida de ilusões.
Platão nasceu também em Atenas, no ano de 427 a.C, filho de família aristocrática, e começou seus trabalhos filosóficos após ter contato com Sócrates, de quem, como já dito, passou a ser discípulo. No ano de 387 a.C. fundou uma escola de filosofia com o objetivo de recuperar e desenvolver o pensamento socrático, além de ter também ensinado filosofia na corte. Entre ideias defendidas por ele, afirmava que a educação para mulheres deveria ser a mesma aplicada aos homens. Como bom discípulo de Sócrates, Platão valorizava o debate e a conversação como formas de alcançar o conhecimento.
Uma das contribuições de sua filosofia na busca pela verdade foi uma distinção entre o mundo sensível e o mundo inteligível, ou das ideias. O mundo sensível seria o que é acessível aos sentidos, sendo assim o mundo da multiplicidade e do movimento, ou seja: ilusório, o mundo da opinião, que é como uma sombra, uma cópia do verdadeiro mundo. Esse verdadeiro mundo é o que ele propõe como mundo ideal: o mundo dos seres verdadeiros e únicos, idênticos a si mesmos e permanentes, ou seja, o mundo da ciência. Para Platão, o espírito humano se eleva do mundo sensível para o mundo ideal por meio de um movimento dialético para se chegar à verdade.
Sócrates e Platão, sendo assim, disseminaram pensamentos articulados entre si que ajudaram a moldar o pensamento científico ocidental e se desdobraram em contribuições para as diversas áreas da ciência moderna.

REFERÊNCIAS

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de Filosofia. 2ª ed. São Paulo: Moderna, 1998.

CRESSON, André. A Filosofia Antiga. 2ª ed. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1960.


TRUC, Gonzague. História da Filosofia. Rio de Janeiro: Globo, 1968.

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