sexta-feira, 12 de junho de 2015

Loris Malaguzzi e a Reggio Emilia

Catarina Gabriela de Andrade Alves, Fátima Izabela Dantas Tavares, José Alves de Lima Neto, Juliana Marcela Dantas Matias, Kamila Sayonara Barbosa da Silva, Lorena da Silva Gomes, Paula Cristina Costa, Suzane Nayara Nascimento de Melo

Loris Malaguzzi nasceu em 1920. A partir do final da segunda guerra mundial, nosso “professor primário” vai cursar psicologia em Roma quando inicia em Villa Cella aquela que será sua aventura em Reggio Emilia. Promotor de uma filosofia da educação inovadora vai revolucionar o conceito de infância, denunciou os preconceitos que existiam contra as crianças e a colocou-a como protagonista em um mundo adultocêntrico. Loris Malaguzzi diferencia –se de outros pensadores clássicos das pedagogias da infância, de um lado, por sua atuação na administração pública (ele foi secretário de educação do município de Reggio Emilia no norte da Itália) e, por ter uma escassa produção escrita sobre seus inúmeros avanços conceituais na formulação de políticas, práticas pedagógicas e formação de professores. Foi um pensador da educação das crianças pequenas de 0 a 6 anos, inaugurando na Itália a educação laica na primeira infância e a rede na esfera municipal.

Como gestor da Reggio Emilia teve lugar na politica italiana: travando uma luta por creches com o movimento feminista e as três centrais sindicais. Em 1971, é elaborada e sancionada a lei que garante o direito a creches. Com visão Marxista, o comunista Malaguzzi partia do pressuposto de que a educação não é neutra, pois ela tanto reproduz quanto transforma a realidade. Apaixonado pela educação, desafiado a inovar constantemente, elaborou e coordenou a construção de uma pedagogia singular, que não está nos livros e mesmo sem escrevê-la academicamente documentou e divulgou-a. A documentação tornou-se metodologia que sistematiza essa atividade humana. Para ele, a pedagogia é um motor para a transformação política e a documentação favorece o seu confronto público.

A partir de seu projeto cada cidade italiana vai articular a educação infantil com os outros setores do tecido social, visando a melhoria das condições de vida material e não material das crianças e dos adultos. Nessa pedagogia uma das grandes novidades a ser destacada é o ateliê. Professores e crianças são protagonistas. A criança se espalha por todo o mundo através de suas culturas infantis, das manifestações de suas obras tridimensionais, dos desenhos inventivos que mostram a tridimensionalidade do real, do imaginário, dos jogos e dos movimentos que ocupam o espaço em tempos diferenciados do tempo do capital. Não é uma escola de ensino obrigatória, é um espaço de criação das culturas infantis em que o ateliê é o eixo da pedagogia. As competências das crianças não são exploradas pelo mundo da arte, o que acontece é que a arte é o meio utilizado para que, depois, se consiga transmitir outros conhecimentos à criança.


REFERENCIA


FORMOSINHO, J.O., KISHIMOTO, T.M., PINAZZA, M.A. Pedagogia(s) da infância: Dialogando com o passado construindo o futuro. Porto Alegre: Artmed, 2007.

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