Quem foram os filósofos pré-socráticos? Quais suas ideias mais importantes?
RESPOSTAS
Os filósofos pré socráticos existiram entre
os anos de 624 a.C. e 399 a.C. Os pensamentos desses filósofos estão divididos
em escolas filosóficas, cronologicamente organizadas em escola
jônica, escola itálica, escola eleática, escola da pluralidade e escola eclética.
Os filósofos mais importantes da escola Jônica podemos destacar Tales de Mileto, Anaximenes, Anaximandro e Heráclito
de Éfeso. Eles também são denominados filósofos naturalistas, pois seus estudos
estavam centrados nos elementos essenciais de constituição da natureza, como
água, ar, fogo e terra.
Andiara - Entre as principais ideias
de Tales estavam à crença de que todas as coisas estavam cheias de
deuses e que a água era o elemento fundamental de constituição de toda a
natureza.
Foi Tales também que previu o
eclipse solar de 585 a.C., foi responsável pela mudança do curso do rio
Nilo para a passagem dos soldados gregos, sugeriu a centralização política da
cidade de Teos, criou a prova geométrica através do método dedutivo
e o guia de navegação pelas estrelas (há controvérsias). Os
pensamentos de Tales foram propagados por seus discípulos, pois não existem registros produzidos pelo
próprio Tales. Anaximenes foi discípulo de Tales e
acreditava que o ar era o elemento fundamental da natureza.
Esta crença está expressa no único registro deixado por ele, a frase "Como
nossa alma, sendo ar, nos mantém unido e nos controla, assim faz o vento (ou o
hálito) e (o)ar guarda o mundo inteiro".
Laellya - O
conhecimento sobre os três filósofos milesianos se dá
através de relatos de outros (?). Anaximandro,
sucessor e pupilo de Tales, viveu
entre 610 e 546 a.C. e foi uma
combinação de astrólogo, geólogo, matemático e físico, além de filosofo. Foi
ele quem provavelmente introduziu o 'gnomon', relógio
solar baseado no movimento da sombra. O primeiro que ousou desenhar o mundo
habitado numa prancha. Há um livro sobre a natureza atribuído a ele onde sua
façanha intelectual serviu como inspiração e exemplo para muitos pensadores que
o sucederam. Anaximandro
afirmava que a substância primordial do mundo era o "apeiron" que
não teria fronteira, limites ou definição. O filósofo descreveu o “apeiron” como
envolvendo todas as coisas ilimitadamente e como sendo aquilo com base no qual
todos os céus e todos os mundos nele inserido tornam-se existente. O “apeiron” é
mutuamente princípio
e elemento.
Heráclito de Éfeso viveu
entre 540 e 480 a.C. e era de
família aristocrática de Éfeso. Afirmava que o mundo não havia sido criado, mas
que sempre existiu. Como todos os pensadores pré-socráticos meditou que a
mudança é incessante e universal. O fluxo, o fogo e o a unidade cósmica foram
os temas principais deste filósofo. Argumentava que a coerência e a
estabilidade persistem dentro de e por causa do processo contínuo de mudança. A
sabedoria consistiria no reconhecimento desta coerência subjacente e da unidade
de todas as coisas. Heráclito reconhecimento e, por e exploração, que é a
doença que faz a boa saúde, e que o cansaço revela os benefícios do descanso.
O oposto pode tá relacionado de diversas formas. Um caminho observado com base
em um ponto de vista pode ser percebido como uma subida; e por outro, como uma
descida. Pares opostos podem formar unidades e pluralidade. As ideias de
Heráclito nos atingem de maneira profunda e
de modo diferente das ideias dos milesianos. Suas perspectivas é
particularmente mística. Trata-se de um filósofo de difícil interpretação,
que recorre a muitas das nossas intuições, o que por outro lado fascina aqueles
que o estudam.
Séfora - Pitágoras de Samos (580 – 500 a.C) foi o principal
filósofo da escola itálica. Nascido em Samos, dissidente da Escola
Jônica, desenvolveu suas atividades no sul da Itália, afastando-se da concepção
naturalista daquela. Defendia a ideia de que o número era a origem do cosmos,
que a Terra e o Sol giravam em torno de um fogo central e que o mundo respirava
o ar ilimitado pelo qual estava envolvido. Engajou-se no estudo da aritmética e
da geometria e desenvolveu o Teorema de Pitágoras, segundo o qual o quadrado da
hipotenusa de um triângulo retângulo é igual à soma dos quadrados dos catetos. Aristóteles cita a Tabua Pitagórica de
Opostos como contribuição de Pitágoras à filosofia, pois trazia dez princípios
com ideias opostas que governam as atividades humanas.
Kellyson – Xenófanes de Cólofon foi dos principais nomes
da escola eleática ao lado de seu discípulo
Parmênides. Xenófanes criticava o modo de
pensamento grego da filosofia antiga, ou seja, era totalmente contra o
antropomorfismo. Isso implica que ele repudiava o pensamento de
que os deuses tinham a aparência e os costumes semelhantes aos dos homens, pois, para ele, Deus era um ser único,
imensurável e perfeito e não poderia se atribuir características físicas e nem
sentimentos a um DEUS.
Xenófanes também foi um grande poeta
andarilho. Ele viajou diversas por colônias gregas itálicas,
sempre buscando inspirações para seus poemas. Ele valorizava a sabedoria e os
prazeres vividos socialmente de forma moderada e acreditava que da terra é que surgiam todas as coisas. Que na terra nascemos e que nela terra morreremos.
Parmênides de Eléia foi o fundador da
escola eleática e talvez o filósofo que mais influenciou os
pensamentos de Sócrates e Platão. Ao contrário de Heráclito que recitava que o
mundo estava em constante mudança, Parmênides defendia o
conceito de que nada muda, tudo é uno. Um dos conceitos mais
marcante dele foi “Se este algo existe, então podemos deduzir que este algo não pode não
existir’’ e na contradição lógica de que “o frio é a falta de calor
e o calor é a falta do frio’’, ou então que “a luz é a falta do escuro e o escuro é a falta de luz”. Esta crença lhe atribui a questão muito clara do “Ser
e do Não-Ser”.
Na escola da pluralidade podemos destacar
Leucipo, Demócrito, Empedogles e Anaxágoras.
Ana Paola - Leucipo postulava átomos e o vazio, e
Demócrito compartilhava com ele da mesma teoria. Associou se a Parmênides em
Filosofia, mas sua interpretação da realidade tomou rumos diferentes. Enquanto
Parmênides considerava o todo como uno, imóvel, não criado e limitado, Leucipo
postulava inúmeros elementos em movimento perpétuo. os átomos. E sustentava que
o número das formas era infinito. Observou também que o nascer e a mudança são
incessantes no mundo. Para Leucipo, o não ser existe assim como o ser, e ambos
são a causa do nascimento das coisas. A natureza dos átomos era compacta e
cheia (ser), e movia se no vazio (não ser). O ser difere só em ritmo, contato e
revolução.
Demócrito também sustentava que os
elementos são o Ser (cheio) e o não ser (vazio). Ser cheio é sólido e não ser é
não denso. Para ambos os corpos ocupam espaço e o vazio só existe onde os
átomos não estão. Demócrito foi um grande autor em outros ramos da ciência e
escreveu livros como "O grande sistema do mundo" sobre atomismo e
física e o "Pequeno sistema do mundo" sobre cosmografia e os
planetas. Diz se que viajou até o Egito para visitar os sacerdotes e aprender
geometria. Foi a pérsia visitar os caldeus e ao mar vermelho. Associou se aos
filósofos nus na Índia, e também foi a Etiópia. Desenvolveu a teoria da
percepção. O trabalho de Leucipo de Eleia e Demócrito de Abdera deu estímulo ao
desenvolvimento da moderna Teoria Atômica.
Amsterdam Thiago – Sobre Empédocles de Agrigento (490
a.C. - 430 a.C.), com uma escrita que visava encantar e convencer
emocionalmente, Empédocles expressou em belos versos o seu modo de pensar bem
como seu conhecimento sobre a Natureza e sobre religião. Empédocles é
considerado o último filósofo grego a escrever em versos e os fragmentos que
restam de suas lições estão em dois poemas: Purificações e Sobre a Natureza.
Retomando as
discussões dos primeiros filósofos,
Empédocles concordava que a Natureza possuía uma só origem, mas inovou ao
pensar essa origem não apenas derivada de um princípio único, mas sim composta
de quatro raízes fundamentais: terra, fogo, ar e água. Segundo Empédocles, era
a partir da reunião e separação desses elementos que todas as coisas surgiam. O
DEVIR ou movimento e transformação, geração e corrupção das coisas, surgimento
e desaparecimento delas, devem-se à mistura desses elementos distribuídos em
várias proporções. O que caracterizava cada ser era a predominância de um ou
outro destes elementos, sendo que um nunca se transforma no outro, mas somente
se distribuem diferentemente nos seres. No entanto, mesmo considerando os
quatro elementos fundamentais que sempre permanecem em todas as transformações,
a causa que provocava a reunião ou separação destes elementos era extrínseca a
eles: conforme Empédocles, o Amor e o Ódio são os dois elementos universais que
proporcionam o movimento de reunião e separação das substâncias. Empédocles
deve ter percebido que amor e ódio aproximam e afastam os seres humanos e por
isso elevou-os à categoria de forças antagônicas cósmicas capazes de realizar o
processo de atração e repulsão. Para nosso filósofo, os opostos não se atraem,
mas pelo contrário, o semelhante atrai o semelhante e o dessemelhante afasta o
dessemelhante. E esse movimento é considerado eterno, um ciclo constante no
qual, quando prevalece a harmonia, é porque o Amor está atuando. Quando é a
desarmonia ou desequilíbrio que prevalece (seja na política, na saúde, no
emocional etc.) é porque o Ódio está atuando. Com essa visão, Empédocles inaugura
a forma “pluralista” de pensar a Natureza. Isso quer dizer que vários elementos
são os constituintes da realidade, não apenas um como pensavam os primeiros
filósofos.
Sobre Anaxágoras de Clazômena (500 a.C –
428 a.C) afirmou que a Natureza é eterna e por isso não pôde ser nem criada e
nem pode ser destruída. Fazia parte daqueles que acreditavam em uma pluralidade
de elementos constituintes dos seres. Conforme Anaxágoras, cada coisa surge
quando vários elementos se agregam, e desaparecem quando esses se separam. Ele
pensava que as coisas ou seres eram compostos com qualidades semelhantes que,
ao serem divididas ao infinito, se repetiam em cada porção. A esses
elementos-qualidades, que associadas geram o ser, Anaxágoras chamou de Noûs
(espírito, pensamento, inteligência). O Noûs é o princípio ou arché de todas as
coisas. É ele que fornece as leis do pensamento que se sobrepõe aos sentidos
para conhecer e governar o universo. É preciso entender que o pensamento está
nas coisas também, não é algo separado delas. Tudo tem causa e essa é sempre
natural, física, ainda que o espírito aqui seja concebido materialmente. Por
exemplo: em um fio de cabelo, por menor que seja a partícula que o divide, nela
contém todos os elementos do universo. “Tudo está em tudo”, afirmou Anaxágoras.
E com isso, o Noûs é a matéria, a substância que causa tanto a agregação quanto
à separação dos elementos que constituem os seres. Por seu pensamento inovador,
Anaxágoras foi acusado de impiedade (não crer nos deuses) e condenado à morte,
mas conseguiu fugir antes de ser pego. Os deuses eram descartáveis, segundo o
filósofo, justamente porque o essencial para que cada coisa existisse já estava
contido no Noûs.
Rosemary - E, finalmente, na escola eclética
destacamos os filosóficos Arquelau de Atenas e Diógenes de
Apolônia.
Arquelau de Atenas contribuiu muito pouco para
a filosofia, mas se destacou pelo fato de ter sido discípulo de
Anaxágoras e professor de Sócrates. Ele tenta introduzir algo de original no
estudo da origem e do desenvolvimento do universo mas mantém os mesmo princípios
de Anaxágoras. Ambos sustentavam que os princípios são infinitos em número, mas diferentes em o espécie. Os principais
pontos revistos por Arquelau foram o espírito, a
substância primária, as quatro massas do mundo e a zoogenia. O espírito, para Arquelau, é inato a todos os
animais, mas alguns fazem uso dele mais rápido que os outros. A substância
primária seria o ar infinito com sua condensação e rarefação. A origem do
movimento foi à mútua separação do quente e do frio, o primeiro com
movimento e o segundo estático. Os homens e os animais nasceram primeiro da
umidade, vindos da parte mais baixa onde o quente e o frio se misturavam. A
água se liquefez por ação do quente que se junta e desce para a
região mais baixa, forma a terra e na medida que volta cria o ar. A terra
seria imóvel com bordas altas e côncava no meio, por isso o sol não nasce e se põe ao mesmo
tempo para todos os homens.
Diógenes de Apolônia é considerado o último dos filósofos
pré-socráticos, fez do ar o elemento primário. Para ele as coisas se originavam
de um mesmo elemento que seria o ar infinito e inteligente. Esse ar inteligente
administra e governa tudo e se assemelha com Deus, pois está em todas as
partes. O que difere os animais é o calor das suas almas que seriam
constituídas de um ar pensante que se manifesta enquanto
vivemos e respiramos mas que morre através do último suspiro. Diógenes acreditava em uma terra redonda,
centralizada e suportada pelo ar. Para ele existiam mundos infinitos e infinito também era o espaço. Os entes seriam
diversificações de um só ser, que se tornam diferentes em circunstâncias diversas mas que retornam ao mesmo ser
inicial, “Nada procede do não ser e nada se resolve no não-ser”.
REFERÊNCIAS
COLLISON, Diané. 50
grandes filósofocos.
2. Ed. São Paulo: Contexto, 2004.
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