Filósofos pré-socráticos e suas ideias...
Amsterdam Thiago Neves de Lima, Ana
Paola Viana Ottoni de Siqueira, Andiara de Freitas Emidio, Kellyson Souza da Silva, Laellya Rocha Barros Pinheiro, Rosemary Gonçalves Dias, Séfora Soraia da Costa e Silva
1
Quem foram os filósofos pré-socráticos?
2
Quais suas ideias mais importantes?
RESPOSTAS
Os filósofos pré socráticos existiram entre os anos de 624 a.C. e 399
a.C. Os pensamentos desses filósofos estão divididos em escolas filosóficas, cronologicamente
organizadas em escola jônica, escola itálica, escola eleática, escola da
pluralidade e escola eclética.
Dentre os filósofos mais importantes da escola jônica podemos
destacar Tales de Mileto, Anaximenes, Anaximandro e Heráclito de Éfeso. Eles
também são denominados filósofos naturalistas, pois seus estudos estavam
centrados nos elementos essenciais de constituição da natureza, como água, ar,
fogo e terra. Andiara - Entre as principais ideias de Tales estavam
à crença de que todas as coisas estavam cheias de deuses e que a água era o
elemento fundamental de constituição de toda a natureza.
Foi Tales também que previu o eclipse solar de 585 a.C., foi responsável
pela mudança do curso do rio Nilo para a passagem dos soldados gregos, sugeriu
a centralização política da cidade de Teos, criou a prova geométrica através do
método dedutivo e o guia de navegação pelas estrelas (há controvérsias). Os
pensamentos de Tales foram propagados por seus discípulos, pois não existem
registros produzidos pelo próprio Tales. Anaximenes foi discípulo de Tales e
acreditava que o ar era o elemento fundamental da natureza. Esta crença está
expressa no único registro deixado por ele, a frase "Como nossa alma,
sendo ar, nos mantém unido e nos controla, assim faz o vento (ou o hálito) e
(o)ar guarda o mundo inteiro".
Laellya - O conhecimento sobre os três filósofos milesianos se
dá através de relatos de outros (?). Anaximandro, sucessor e pupilo
de Tales, viveu entre 610 e 546 a.C. e foi uma combinação de astrólogo,
geólogo, matemático e físico, além de filosofo. Foi ele quem provavelmente
introduziu o 'gnomon', (relógio solar) baseado no movimento da sombra. O
primeiro que ousou desenhar o mundo habitado numa prancha. Há um livro sobre a
natureza atribuído a ele onde sua façanha intelectual serviu como inspiração e
exemplo para muitos pensadores que o sucederam. Anaximandro afirmava que a
substância primordial do mundo era o "apeiron" que não teria
fronteira, limites ou definição. O filósofo descreveu o “apeiron”
como envolvendo todas as coisas ilimitadamente e como sendo aquilo com base no
qual todos os céus e todos os mundos nele inserido tornam-se existente. O
“apeiron” é mutuamente princípio e elemento.
Heráclito
de Éfeso viveu entre 540 e 480 a.C. e era de família aristocrática de Éfeso.
Afirmava que o mundo não havia sido criado, mas que sempre existiu. Como todos
os pensadores pré-socráticos meditou que a mudança é incessante e universal. O
fluxo, o fogo e o a unidade cósmica foram os temas principais deste
filósofo. Argumentava que a coerência e a estabilidade persistem
dentro de e por causa do processo contínuo de mudança. A sabedoria consistiria
no reconhecimento desta coerência subjacente e da unidade de
todas as coisas. Heráclito reconhecimento e,
por e exploração, que é a doença que faz a boa saúde, e
que o cansaço revela os benefícios do descanso. O oposto pode tá relacionado de
diversas formas. Um caminho observado com base em um ponto de vista pode ser
percebido como uma subida; e por outro, como uma descida. Pares opostos podem
formar unidades e pluralidade. As ideias de Heráclito nos atingem de maneira
profunda e de modo diferente das ideias dos milesianos. Suas
perspectivas é particularmente mística. Trata-se de um filósofo de difícil
interpretação, que recorre a muitas das nossas intuições, o que por
outro lado fascina aqueles que o estudam.
Séfora - Pitágoras de
Samos (580 – 500 a.C) foi o principal filósofo da escola itálica. Nascido
em Samos, dissidente da Escola Jônica, desenvolveu suas atividades no sul da
Itália, afastando-se da concepção naturalista daquela. Defendia a ideia de que
o número era a origem do cosmos, que a Terra e o Sol giravam em torno de um
fogo central e que o mundo respirava o ar ilimitado pelo qual estava envolvido.
Engajou-se no estudo da aritmética e da geometria e desenvolveu o Teorema de
Pitágoras, segundo o qual o quadrado da hipotenusa de um triângulo retângulo é
igual à soma dos quadrados dos catetos. Aristóteles cita a Tabua Pitagórica de
Opostos como contribuição de Pitágoras à filosofia, pois trazia dez princípios
com ideias opostas que governam as atividades humanas.
Kellyson – Xenófanes de
Cólofon foi dos principais nomes da escola eleática ao lado de seu
discípulo Parmênides. Xenófanes
criticava o modo de pensamento grego da filosofia antiga, ou seja, era
totalmente contra o antropomorfismo. Isso implica que ele repudiava o
pensamento de que os deuses tinham a aparência e os costumes semelhantes aos
dos homens, pois, para ele, Deus era um ser único, imensurável e perfeito e não
poderia se atribuir características físicas e nem sentimentos a um DEUS.
Xenófanes
também foi um grande poeta andarilho. Ele viajou diversas por colônias gregas
itálicas, sempre buscando inspirações para seus poemas. Ele valorizava a
sabedoria e os prazeres vividos socialmente de forma moderada e acreditava que
da terra é que
surgiam todas as coisas. Que na terra nascemos e que nela terra morreremos.
Parmênides
de Eléia foi o fundador da escola eleática e talvez o filósofo que mais
influenciou os pensamentos de Sócrates e Platão. Ao contrário de Heráclito que
recitava que o mundo estava em constante mudança, Parmênides defendia o
conceito de que nada muda tudo é uno (?). Um dos conceitos mais marcante dele
foi “Se este algo existe, então podemos deduzir que este algo não pode não
existir’’ e na contradição lógica de que “o frio é a falta de calor e o calor é
a falta do frio’’, ou então que “a luz é a falta do escuro e o escuro é a falta
de luz”. Esta crença lhe atribui a questão muito clara do “Ser e do Não-Ser”.
Na escola da pluralidade podemos destacar Leucipo, Demócrito, Empedogles e Anaxágoras. Ana Paola - Leucipo postulava átomos e o vazio, e Demócrito compartilhava com ele da mesma teoria. Associou se a Parmênides em Filosofia, mas sua interpretação da realidade tomou rumos diferentes. Enquanto Parmênides considerava o todo como uno, imóvel, não criado e limitado, Leucipo postulava inúmeros elementos em movimento perpétuo. os átomos. E sustentava que o número das formas era infinito. Observou também que o nascer e a mudança são incessantes no mundo. Para Leucipo, o não ser existe assim como o ser, e ambos são a causa do nascimento das coisas. A natureza dos átomos era compacta e cheia (ser), e movia se no vazio (não ser). O ser difere só em ritmo, contato e revolução.
Demócrito também sustentava que os elementos são o Ser (cheio) e o não ser (vazio). Ser cheio é sólido e não ser é não denso. Para ambos os corpos ocupam espaço e o vazio só existe onde os átomos não estão. Demócrito foi um grande autor em outros ramos da ciência e escreveu livros como "O grande sistema do mundo" sobre atomismo e física e o "Pequeno sistema do mundo" sobre cosmografia e os planetas. Diz se que viajou até o Egito para visitar os sacerdotes e aprender geometria. Foi a pérsia visitar os caldeus e ao mar vermelho. Associou se aos filósofos nus na Índia, e também foi a Etiópia. Desenvolveu a teoria da percepção. O trabalho de Leucipo de Eleia e Demócrito de Abdera deu estímulo ao desenvolvimento da moderna Teoria Atômica.
Amsterdam Thiago – Sobre Empédocles de Agrigento (490
a.C. - 430 a.C.), com uma escrita que visava encantar e convencer
emocionalmente, Empédocles expressou em belos versos o seu modo de pensar bem
como seu conhecimento sobre a Natureza e sobre religião. Empédocles é
considerado o último filósofo grego a escrever em versos e os fragmentos
que restam de suas lições estão em dois poemas: Purificações e Sobre
a Natureza. Retomando as discussões dos primeiros filósofos,
Empédocles concordava que a Natureza possuía uma só origem, mas inovou ao
pensar essa origem não apenas derivada de um princípio único, mas sim composta
de quatro raízes fundamentais: terra, fogo, ar e água. Segundo Empédocles, era
a partir da reunião e separação desses elementos que todas as coisas surgiam. O
DEVIR ou movimento e transformação, geração e corrupção das coisas, surgimento
e desaparecimento delas, devem-se à mistura desses elementos distribuídos em
várias proporções. O que caracterizava cada ser era a predominância de um ou
outro destes elementos, sendo que um nunca se transforma no outro, mas somente
se distribuem diferentemente nos seres. No entanto, mesmo considerando os
quatro elementos fundamentais que sempre permanecem em todas as transformações,
a causa que provocava a reunião ou separação destes elementos era extrínseca a
eles: conforme Empédocles, o Amor e o Ódio são os dois elementos universais que
proporcionam o movimento de reunião e separação das substâncias. Empédocles deve
ter percebido que amor e ódio aproximam e afastam os seres humanos e por isso
elevou-os à categoria de forças antagônicas cósmicas capazes de realizar o
processo de atração e repulsão. Para nosso filósofo, os opostos não se atraem,
mas pelo contrário, o semelhante atrai o semelhante e o dessemelhante afasta o
dessemelhante. E esse movimento é considerado eterno, um ciclo constante no
qual, quando prevalece a harmonia, é porque o Amor está atuando. Quando é a
desarmonia ou desequilíbrio que prevalece (seja na política, na saúde, no
emocional etc.) é porque o Ódio está atuando. Com essa visão, Empédocles
inaugura a forma “pluralista” de pensar a Natureza. Isso quer dizer que vários
elementos são os constituintes da realidade, não apenas um como pensavam os primeiros
filósofos.
Sobre Anaxágoras de Clazômena (500 a.C – 428 a.C)
afirmou que a Natureza é eterna e por isso não pôde ser nem criada e nem pode
ser destruída. Fazia parte daqueles que acreditavam em uma pluralidade de
elementos constituintes dos seres. Conforme Anaxágoras, cada coisa surge quando
vários elementos se agregam, e desaparecem quando esses se separam. Ele pensava
que as coisas ou seres eram compostos com qualidades semelhantes que, ao serem
divididas ao infinito, se repetiam em cada porção. A esses
elementos-qualidades, que associadas geram o ser, Anaxágoras chamou de Noûs (espírito, pensamento,
inteligência). O Noûs é o
princípio ou arché de todas
as coisas. É ele que fornece as leis do pensamento que se sobrepõe aos sentidos
para conhecer e governar o universo. É preciso entender que o pensamento está
nas coisas também, não é algo separado delas. Tudo tem causa e essa é sempre
natural, física, ainda que o espírito aqui seja concebido materialmente. Por
exemplo: em um fio de cabelo, por menor que seja a partícula que o divide, nela
contém todos os elementos do universo. “Tudo está em tudo”, afirmou Anaxágoras.
E com isso, o Noûs é a
matéria, a substância que causa tanto a agregação quanto à separação dos
elementos que constituem os seres. Por seu pensamento inovador, Anaxágoras foi
acusado de impiedade (não crer nos deuses) e condenado à morte, mas conseguiu
fugir antes de ser pego. Os deuses eram descartáveis, segundo o filósofo,
justamente porque o essencial para que cada coisa existisse já estava contido
no Noûs.
Meyre - E, finalmente, na
escola eclética destacamos os filosóficos Arquelau de Atenas e Diógenes de
Apolônia. Arquelau de Atenas contribuiu muito pouco para a filosofia, mas se
destacou pelo fato de ter sido discípulo de Anaxágoras e professor de Sócrates.
Ele tenta introduzir algo de original no estudo da origem e do desenvolvimento
do universo mas mantém os mesmos, princípios de Anaxágoras. Ambos sustentavam
que os princípios são infinitos em número, mas diferentes em espécie. Os
principais pontos revistos por Arquelau foram o espírito, a substância
primária, as quatro massas do mundo e a zoogenia. O espírito, para Arquelau, é
inato a todos os animais, mas alguns fazem uso dele mais rápido que os outros.
A substância primária seria o ar infinito com sua condensação e rarefação. A
origem do movimento foi à mútua separação do quente e do frio, o primeiro com
movimento e o segundo estático. Os homens e os animais nasceram primeiro da
umidade, vindos da parte mais baixa onde o quente e o frio se misturavam. A
água se liquefez por ação do quente que se junta e desce para a região mais
baixa, forma a terra e na medida que volta cria o ar. A terra seria imóvel com
bordas altas e côncava no meio, por isso o sol não nasce e se põe ao mesmo
tempo para todos os homens.
Diógenes de Apolônia é considerado
o último dos filósofos pré-socráticos, fez do ar o elemento primário. Para ele
as coisas se originavam de um mesmo elemento que seria o ar infinito e
inteligente. Esse ar inteligente administra e governa tudo e se assemelha com
Deus, pois está em todas as partes. O que difere os animais é o calor das suas
almas que seriam constituídas de um ar pensante que se manifesta enquanto
vivemos e respiramos mas que morre através do último suspiro. Diógenes
acreditava em uma terra redonda, centralizada e suportada pelo ar. Para ele
existiam mundos infinitos e infinito também era o espaço. Os entes seriam
diversificações de um só ser, que se tornam diferentes em circunstâncias
diversas mas que retornam ao mesmo ser inicial, “Nada procede do não ser e nada
se resolve no não-ser”.
REFERÊNCIAS
BRUN. Jean. Os filósofos pré-socráticos. Biblioteca Básica de Filosofia, 1991.
COLLISON, Diané. 50 grandes filósofos. 2. Ed. São Paulo: Contexto, 2004.
KIRK.G.S. RAVEN.J.E. Os pré-socráticos. 2 Ed. Fundação Calouste Gulbenkian, 1982.
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