Anísio Teixeira: algumas
considerações sobre sua vida e obra
Mara
Cleide Pereira de Oliveira, Rafaela
Pereira Clemente, Jane
Claúdia da Silva, Elizabeth, Lopes de Souza, Percydes
Rayane C. Cavalcante
Anísio
Spínola Teixeira nasceu em Caieté, sertão da Bahia, em 12 de julho de 1900,
filho de Anna Spínola Teixeira e Deocleciano Pires Teixeira. Filho de
fazendeiro, estudou em colégios de jesuítas na Bahia e cursou direito no Rio de
Janeiro. Diplomou-se em 1922 e em 1924 já era inspetor-geral do Ensino na
Bahia. Viajando pela Europa em 1925, observou os sistemas de ensino da Espanha,
Bélgica, Itália e França e com o mesmo objetivo fez duas viagens aos Estados
Unidos entre 1927 e 1929. De volta ao Brasil, foi nomeado diretor de Instrução
Pública do Rio de Janeiro, onde criou entre 1931 e 1935 uma rede municipal de
ensino que ia da escola primária à universidade.
No
decorrer de suas viagens Anísio Teixeira é influenciado por John Dewey e torna-se precursor e dinamizador de suas
teorias no Brasil. Dessa forma, ele centra suas produções na visão democrática
que os Estados Unidos trabalhava em suas escolas e publica o livro Em
marcha para a democracia: à margem dos Estados Unidos.
Dentre
suas principais obras estão: Educação pública: organização e administração (1935).
Educação não é privilégio (1956), A educação é um direito (1967) e Pequena
introdução à filosofia da educação ( 8. ed. em 1978) .
Considerado
o principal idealizador das grandes mudanças que marcaram a educação brasileira
no século 20, Anísio Teixeira foi pioneiro na implantação de escolas públicas
de todos os níveis, que refletiam seu objetivo de oferecer educação gratuita
para todos. Ele também expressava em suas ideias uma constante preocupação com
uma educação livre de privilégios. O que podemos constatar em suas próprias
palavras:
Sou
contra a educação como processo exclusivo de formação de uma elite, mantendo
a grande maioria da população em estado de analfabetismo e ignorância. Revolta-me
saber que dos cinco milhões que estão na escola, apenas 450.000 conseguem
chegar à 4ª série, todos os demais ficando frustrados mentalmente e
incapacitados para se integrarem em uma civilização industrial e alcançarem
um padrão de vida de simples decência humana. Choca-me ver o desbarato dos recursos
públicos para educação, dispensados em subvenções de toda natureza a
atividades educacionais, sem nexo nem ordem, puramente paternalistas ou
francamente eleitoreiras. — Anísio Teixeira.
Para
o educador o conhecimento das diferentes realidades escolares poderia dar
início a uma sociedade mais justa e igualitária. E diante disso a figura do
professor contribuiria de forma definitiva, pois formava o homem e permitiria
sua relação com o mundo. Para ele, o professor deveria ser preparado tanto
quanto o médico em sua formação, pois a qualidade da educação dependeria
disso.
Um dos
seus legados para a educação brasileira, e talvez o maior deles, é
a escola pública universal e gratuita, entendida por ele como condição
essencial para a democracia que seria o regime em que “cada ser humano conta
como uma pessoa”. A colocação da
educação e da cultura na agenda política nacional deve-se a seu esforço
pessoal e é sua obra que fundamenta, a partir de 1924, a luta pela universalização
de nossa escola pública gratuita.
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Referências:
CORDEIRO,
Célia Maria Ferreira. Anísio Teixeira, uma "visão" do futuro. Estud.
av. [online]. 2001, vol.15, n.42, pp. 241-258. ISSN 0103-4014.
Coleção Grandes
Educadores - Educadores Brasileiros (Anísio Teixeira, Lourenço Filho e Fernando
de Azevedo). – Brasil: Palus, 2007.
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