sexta-feira, 12 de junho de 2015

Anísio Teixeira: algumas considerações sobre sua vida e obra



Anísio Teixeira: algumas considerações sobre sua vida e obra
Mara Cleide Pereira de Oliveira, Rafaela Pereira Clemente, Jane Claúdia da Silva, Elizabeth, Lopes de Souza, Percydes Rayane C. Cavalcante

Anísio Spínola Teixeira nasceu em Caieté, sertão da Bahia, em 12 de julho de 1900, filho de Anna Spínola Teixeira e Deocleciano Pires Teixeira. Filho de fazendeiro, estudou em colégios de jesuítas na Bahia e cursou direito no Rio de Janeiro. Diplomou-se em 1922 e em 1924 já era inspetor-geral do Ensino na Bahia. Viajando pela Europa em 1925, observou os sistemas de ensino da Espanha, Bélgica, Itália e França e com o mesmo objetivo fez duas viagens aos Estados Unidos entre 1927 e 1929. De volta ao Brasil, foi nomeado diretor de Instrução Pública do Rio de Janeiro, onde criou entre 1931 e 1935 uma rede municipal de ensino que ia da escola primária à universidade.
No decorrer de suas viagens Anísio Teixeira é influenciado por John Dewey e  torna-se precursor e dinamizador de suas teorias no Brasil. Dessa forma, ele centra suas produções na visão democrática que os Estados Unidos trabalhava em suas escolas e publica o livro Em marcha para a democracia: à margem dos Estados Unidos.
Dentre suas principais obras estão: Educação pública: organização e administração (1935). Educação não é privilégio (1956), A educação é um direito (1967) e Pequena introdução à filosofia da educação ( 8. ed. em 1978) .
Considerado o principal idealizador das grandes mudanças que marcaram a educação brasileira no século 20, Anísio Teixeira foi pioneiro na implantação de escolas públicas de todos os níveis, que refletiam seu objetivo de oferecer educação gratuita para todos. Ele também expressava em suas ideias uma constante preocupação com uma educação livre de privilégios. O que podemos constatar em suas próprias palavras:
Sou contra a educação como processo exclusivo de formação de uma elite, mantendo a grande maioria da população em estado de analfabetismo e ignorância. Revolta-me saber que dos cinco milhões que estão na escola, apenas 450.000 conseguem chegar à 4ª série, todos os demais ficando frustrados mentalmente e incapacitados para se integrarem em uma civilização industrial e alcançarem um padrão de vida de simples decência humana. Choca-me ver o desbarato dos recursos públicos para educação, dispensados em subvenções de toda natureza a atividades educacionais, sem nexo nem ordem, puramente paternalistas ou francamente eleitoreiras. — Anísio Teixeira.
Para o educador o conhecimento das diferentes realidades escolares poderia dar início a uma sociedade mais justa e igualitária. E diante disso a figura do professor contribuiria de forma definitiva, pois formava o homem e permitiria sua relação com o mundo. Para ele, o professor deveria ser preparado tanto quanto o médico em sua formação, pois a qualidade da educação dependeria disso.
Um dos seus legados para a educação brasileira, e talvez o maior deles, é a escola pública universal e gratuita, entendida por ele como condição essencial para a democracia que seria o regime em que “cada ser humano conta como uma pessoa”.  A colocação da educação e da cultura na agenda política nacional deve-se a seu esforço pessoal e é sua obra que fundamenta, a partir de 1924, a luta pela universalização de nossa escola pública gratuita.

Referências:
CORDEIRO, Célia Maria Ferreira. Anísio Teixeira, uma "visão" do futuro. Estud. av. [online]. 2001, vol.15, n.42, pp. 241-258. ISSN 0103-4014.
Coleção Grandes Educadores - Educadores Brasileiros (Anísio Teixeira, Lourenço Filho e Fernando de Azevedo). – Brasil: Palus, 2007.

Nenhum comentário:

Postar um comentário