sábado, 13 de junho de 2015

Paulo Freire

Paulo Freire
 Arícia Gusmão, Matheus Lucas, Silvania Santos, Lindenberg Melo, Italo Valério, Liliane Nobre, Jéssica Barbalho, José Landelino de Moura

Paulo Freire nasceu em Recife, na Rua do Encanamento, nº 724, no dia 19 de setembro de 1921. Seu nome completo: Paulo Reglus Neves Freire.
Em um congresso brasileiro de leitura em Campinas em 1981, ele disse que o seu primeiro mundo foi “a velha casa, seus quartos, seu corredor, seu sótão, seu terraço – o sítio das avencas de sua mãe – o quintal amplo em que se achava” e que foi alfabetizado “no chão do quintal de sua casa”.

Em 1929 com a crise da bolsa de valores, especialmente de Nova York, afetando também a economia brasileira, e consequentemente interferindo na família de Paulo Freire, que era de classe média, eles são obrigados a mudar-se de Recife para Jaboatão dos Guararapes.
Este fato provocou uma mudança fundamental em sua vida. Foi lá que ele perdeu sei pai e foi lá também conheceu o significado da pobreza. Foi, portanto, em Jaboatão dos Guararapes, na convivência com a pobreza, que Paulo se preparou para o compromisso com os oprimidos. Foi nessa mesma cidade que ele completou seu curso primário. Embora tenha se formado em direito, Paulo apenas ensaiou ingressar na profissão, tendo uma única experiência nesta área. Pouco depois de deixar a advocacia, começou a trabalhar no SESI, onde passou dez anos, Tido por ele como de grande importância para sua formação pedagógica, onde ele via como o começo de sua compreensão do pensamento da linguagem e aprendizagem dos grupos populares.
Foi nesta época também que Paulo aprendeu o quanto é diferente falar “com alguém” e falar “para alguém”, como buscava uma efetiva integração entre professores e pais das escolas mantidas pelo SESI, ele criou o Círculo de pais e Mestres. Nesses encontros ficava evidente a importância de se levar em conta os interesses dos educandos nas ações educativas.
Ao sair do SESI, foi professor universitário (interino) de história e filosofia da educação no curso de professorado de desenho da Escola de Belas Artes (1959).
Em 1960 Paulo se engajou no Movimento Cultura Popular de Pernambuco (MCP). Foi no MCP que ele fez suas primeiras experiências no campo da alfabetização de adultos, que via como um processo mais amplo, chamado de conscientização. Em 1963, no Rio Grande do Norte, na cidade de Angicos, ensinou 300 adultos a ler e escrever em apenas 45 dias, esse projeto educacional estava vinculado ao Programa Nacional de Alfabetização criado no governo de João Goulart.
A pedagogia de Freire aplicada à alfabetização provocou profunda raiva nas classes dominantes. Em 1964 com o golpe, Paulo foi preso, passando setenta dias na prisão, e em setembro refugou-se na embaixada da Bolívia para em seguida deixar o país, sozinho sem a esposa e os filhos. Em novembro, com a ajuda de amigos Paulo consegue sua ida para o Chile e meses depois sua família também vai para aquele país. Naquele momento o Chile comemorava a vitória da social-democracia, proporcionando a Paulo um período muito fértil do de vista da consolidação do seu pensamento, onde se consolidaram os saberes na experiência e nas reflexões feitas sobre eles.
Lá ele revisou e publicou o livro “Educação Como Prática da Liberdade”, escreveu os artigos que depois formaram “Ação Cultural Para a Liberdade” além de escrever seu livro mais famoso: “Pedagogia do Oprimido”, considerada uma obra clássica e traduzida em mais trinta idiomas. Retornando ao Brasil escreve outros livros: “A Educação na Cidade” (1991), “Pedagogia da Esperança” (1992), “política e Educação” (1994), “À Sombra desta Mangueira” (1995) e por último, “Pedagogia da autonomia” (1997).  Paulo Freire faleceu no dia 02 de maio de 1997.
         Viúvo, em 1988, Paulo se casa com Ana Maria Araujo. “Casei-me de novo para continuar vivo e porque amei de novo.”
         O seu principal legado foi a concepção de que a educação é sempre um ato político com denotações sociais. Podemos observar isso através dos seus programas de alfabetização de adultos e seu envolvimento em movimentos políticos ligados a cultura popular principalmente nas regiões mais pobres do Nordeste do pais.
  “O quê?”, “por quê?”, “como?”, “para que fim?” e “para quem?” são as principais questões que devem ser levadas em consideração na pedagogia crítica, tão importante para o fim dos processos educacionais opressores e excludentes.

            Paulo Freire é bastante atual no campo pedagógico. Como exemplo a UNESCO coloca 4 pilares da educação do futuro 1- Aprender a aprender;  2- Aprender a conviver; 3- Aprender a fazer e 3- Aprender a ser que também está dentro da teoria de Paulo Freire mas segundo ele há um 5º, Aprender por que?, contra quê, a favor de quê, politizando muito mais os 4 princípios da Unesco.

            Outro aspecto é a chamada inspiração socrática (Calado, Alder, 2001:  p.10)

A título de ilustração da influência socrática no filosofar freireano, lembraria seu procedimento noepisódio do diálogo travado com um camponês chileno, que ele reproduz em Pedagogia da Esperança  (PE, 1998: 46-50). Igual influência socrática se percebe na ênfase dada à importância do autoconhecimento, no aprofundamento introspectivo da condição humana.  Influência ainda maior parece mais observável em casos de autores marxistas, corrente à qual se revela especialmente vinculado. Feito um balanço judicioso de seus escritos, torna-se difícil identificar uma fonte que o tenha mais inspirado, ao longo de sua existência. 
Seguem, a esse respeito, alguns pontos que atestam suas afinidades à visão marxista de mundo, de homem e de sociedade. Um primeiro aspecto a considerar, tem a ver com a grade teórico-metodológica de caráter dialético e de orientação hegeliano-marxista que adota, no exercício de leitura do mundo e da realidade. Parece inegável, por exemplo, sua opção pela análise dialética, não apenas como instrumento analítico, mas também como perspectiva.

            Aspecto da necessidade de mudar o mundo. O compromisso de Freire estava claro “o processo de alfabetização deve relacionar o ato de transformar o mundo com o de pronunciá-lo. Não há “pronúncia” do mundo sem consciente ação transformadora.
” (ACL, 1978: 50). 
            A diversidade de nacionalidades, a sensibilidade para as relações de espacialidade, não escondia sua condição de nordestino nascido no Recife ao mesmo tempo, sem xenofobia dialogar com saberes de outras pessoas.
            A abodagem de Paulo Freire apresenta sempre três dimensões, concepção de mundo, de homem e de sociedade.
          Outro aspecto da teoria freireana é a importância do ato de ler, tal ponto que um livro foi publicado com este título.
   Um parecer sobre Paulo Freire: “Seus livros, não sei em quantas línguas estarão publicados. Imagino (e bem pode ser que eu esteja errado) que nenhum outro dos nossos docentes terá publicado tanto, em tantas línguas”. Um parecer que exalta o trabalho e obras de Freire, o que foi escrito sobre suas teses nos rende até hoje grandes bibliografias.


 REFERÊNCIAS

Barreto, V., Paulo Freire para educadores, São Paulo: Arte & Ciência, 2004;

Palmer, J. A., 50 grandes educadores modernos, de Piaget a Paulo Freire, São Paulo: Contexto, 2006;

Gadotti, M., Paulo Freire, uma bibliografia, Brasília: UNESCO, 1996

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