segunda-feira, 15 de junho de 2015

O que é isto: A Sociologia?

O que é isto: A Sociologia?

Laíza Ferreira, Camila Vanucci, Liz Abrantes, Jane Gomes, Séfora Silva, Leonardo da Silva

A sociologia surgiu a partir de transformações provocadas pela revolução industrial, sob o desejo de impulsionar a compreensão de situações sociais na sociedade capitalista.

Desde o seu inicio, a sociologia busca refletir de forma sistemática a vida em sociedade. A sua existência constitui um marco importante para a civilização, por estabelecer um diálogo, criando métodos investigativos ao pensamento cientifico.

As complexidades humanas e as formas de interações sociais são fatos que carecem da sociologia para serem analisadas de forma substancial, a fim de disseminar esse conhecimento a outros indivíduos, desenvolvendo a elaboração de intervenções e questionamentos às relações de poder, embates entre grupos e classes sociais.

Diante a efemeridade na construção de relações interpessoais, enaltecimento ao consumo, desigualdade social e de gênero, é importante destacar a importância da sociologia não somente para teoria e sim para perscrutar os acontecimentos, visando desestabilizar e modificar males incrustados, oferecendo novas possibilidades de vida.

domingo, 14 de junho de 2015

Anton Semionovich Makarenko

Anton Semionovich Makarenko
 ELBA MACEDO; FRANCISCO SOUZA; MARCELLY KATHLEEN; FERNANDA PAIVA; RAÍSSA BRITO; SANDRA VANDREA; YASMIN TRAJANO

Nasceu em 1888 na Ucrânia e faleceu em 1939. Filho de um operário e de uma dona de casa. Aprendeu a ler e escrever com a mãe, depois sendo matriculado em uma escola primária, mas, não aprendeu sua língua materna, proibida pelo império czarista da Rússia. No ano de 1906 teve sua primeira experiência como professor, logo em seguida tornou-se diretor da Escola Primária das Oficinas Ferroviárias, mas desde cedo começou a trabalhar com adolescentes infratores, órfãos e abandonados. Depois da Revolução de Outubro de 1920, fundou e dirigiu a Colônia Máximo Gorki, e de 1927 a 1935 dirigiu a Comuna Dzerjinski. Foi um dos principais educadores marxista-leniministas que participaram da construção educacional da Revolução Rússa. Os educandos eram formados de acordo com valores como colaboração, respeito, autoridade compartilhada e disciplina para serem personalidades solidarias, produtivas e questionadoras da exploração capitalista.

A pedagogia de Makarenko tinha como foco principal a coletividade e não a criança isolada. Via a criança de forma concreta com marcas históricas, sociais, culturais, psicológicas e diferentes personalidades. Nos anos iniciais da Colônia Gorki foram enfrentados diversos problemas ligados a marginalidade, mas tudo era discutido e resolvido coletivamente nas assembleias gerais. Nesse sentido, a proposta pedagógica de Makarenko era diretamente relacionada à política e economia socialista, portanto exigia uma educação que formasse um indivíduo para essa sociedade.

Em suma, as ideias de Makarenko são de grande contribuição para os educadores que buscam a construção de uma escola pautada em valores democráticos e preocupada com a formação de indivíduos sociais. Baseado em nossos estudos Makarenko nos deixou grande legado como heranças para a educação e para a concretização de processos administrativos mais participativos e democráticos, formando um cidadão crítico dentro de um ambiente escolar aberto ao diálogo que faça sentido na vida das pessoas.

Referências
BOLEIZ JÚNIOR, Flávio. Pistrak e Makarenko: pedagogia social e educação do trabalho. 2008. 168p. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008

MAKARENKO, Anton. Poema Pedagógico. São Paulo: Editora 34, 2005.

PARO, Vitor Henrique. Administração escolar à luz dos clássicos da Pedagogia; Bruno Oliveira [et al.] – São Paulo: Xamã, 2011. 295p.; 23 cm.

sábado, 13 de junho de 2015

Paulo Freire

Paulo Freire
 Arícia Gusmão, Matheus Lucas, Silvania Santos, Lindenberg Melo, Italo Valério, Liliane Nobre, Jéssica Barbalho, José Landelino de Moura

Paulo Freire nasceu em Recife, na Rua do Encanamento, nº 724, no dia 19 de setembro de 1921. Seu nome completo: Paulo Reglus Neves Freire.
Em um congresso brasileiro de leitura em Campinas em 1981, ele disse que o seu primeiro mundo foi “a velha casa, seus quartos, seu corredor, seu sótão, seu terraço – o sítio das avencas de sua mãe – o quintal amplo em que se achava” e que foi alfabetizado “no chão do quintal de sua casa”.

Em 1929 com a crise da bolsa de valores, especialmente de Nova York, afetando também a economia brasileira, e consequentemente interferindo na família de Paulo Freire, que era de classe média, eles são obrigados a mudar-se de Recife para Jaboatão dos Guararapes.
Este fato provocou uma mudança fundamental em sua vida. Foi lá que ele perdeu sei pai e foi lá também conheceu o significado da pobreza. Foi, portanto, em Jaboatão dos Guararapes, na convivência com a pobreza, que Paulo se preparou para o compromisso com os oprimidos. Foi nessa mesma cidade que ele completou seu curso primário. Embora tenha se formado em direito, Paulo apenas ensaiou ingressar na profissão, tendo uma única experiência nesta área. Pouco depois de deixar a advocacia, começou a trabalhar no SESI, onde passou dez anos, Tido por ele como de grande importância para sua formação pedagógica, onde ele via como o começo de sua compreensão do pensamento da linguagem e aprendizagem dos grupos populares.
Foi nesta época também que Paulo aprendeu o quanto é diferente falar “com alguém” e falar “para alguém”, como buscava uma efetiva integração entre professores e pais das escolas mantidas pelo SESI, ele criou o Círculo de pais e Mestres. Nesses encontros ficava evidente a importância de se levar em conta os interesses dos educandos nas ações educativas.
Ao sair do SESI, foi professor universitário (interino) de história e filosofia da educação no curso de professorado de desenho da Escola de Belas Artes (1959).
Em 1960 Paulo se engajou no Movimento Cultura Popular de Pernambuco (MCP). Foi no MCP que ele fez suas primeiras experiências no campo da alfabetização de adultos, que via como um processo mais amplo, chamado de conscientização. Em 1963, no Rio Grande do Norte, na cidade de Angicos, ensinou 300 adultos a ler e escrever em apenas 45 dias, esse projeto educacional estava vinculado ao Programa Nacional de Alfabetização criado no governo de João Goulart.
A pedagogia de Freire aplicada à alfabetização provocou profunda raiva nas classes dominantes. Em 1964 com o golpe, Paulo foi preso, passando setenta dias na prisão, e em setembro refugou-se na embaixada da Bolívia para em seguida deixar o país, sozinho sem a esposa e os filhos. Em novembro, com a ajuda de amigos Paulo consegue sua ida para o Chile e meses depois sua família também vai para aquele país. Naquele momento o Chile comemorava a vitória da social-democracia, proporcionando a Paulo um período muito fértil do de vista da consolidação do seu pensamento, onde se consolidaram os saberes na experiência e nas reflexões feitas sobre eles.
Lá ele revisou e publicou o livro “Educação Como Prática da Liberdade”, escreveu os artigos que depois formaram “Ação Cultural Para a Liberdade” além de escrever seu livro mais famoso: “Pedagogia do Oprimido”, considerada uma obra clássica e traduzida em mais trinta idiomas. Retornando ao Brasil escreve outros livros: “A Educação na Cidade” (1991), “Pedagogia da Esperança” (1992), “política e Educação” (1994), “À Sombra desta Mangueira” (1995) e por último, “Pedagogia da autonomia” (1997).  Paulo Freire faleceu no dia 02 de maio de 1997.
         Viúvo, em 1988, Paulo se casa com Ana Maria Araujo. “Casei-me de novo para continuar vivo e porque amei de novo.”
         O seu principal legado foi a concepção de que a educação é sempre um ato político com denotações sociais. Podemos observar isso através dos seus programas de alfabetização de adultos e seu envolvimento em movimentos políticos ligados a cultura popular principalmente nas regiões mais pobres do Nordeste do pais.
  “O quê?”, “por quê?”, “como?”, “para que fim?” e “para quem?” são as principais questões que devem ser levadas em consideração na pedagogia crítica, tão importante para o fim dos processos educacionais opressores e excludentes.

            Paulo Freire é bastante atual no campo pedagógico. Como exemplo a UNESCO coloca 4 pilares da educação do futuro 1- Aprender a aprender;  2- Aprender a conviver; 3- Aprender a fazer e 3- Aprender a ser que também está dentro da teoria de Paulo Freire mas segundo ele há um 5º, Aprender por que?, contra quê, a favor de quê, politizando muito mais os 4 princípios da Unesco.

            Outro aspecto é a chamada inspiração socrática (Calado, Alder, 2001:  p.10)

A título de ilustração da influência socrática no filosofar freireano, lembraria seu procedimento noepisódio do diálogo travado com um camponês chileno, que ele reproduz em Pedagogia da Esperança  (PE, 1998: 46-50). Igual influência socrática se percebe na ênfase dada à importância do autoconhecimento, no aprofundamento introspectivo da condição humana.  Influência ainda maior parece mais observável em casos de autores marxistas, corrente à qual se revela especialmente vinculado. Feito um balanço judicioso de seus escritos, torna-se difícil identificar uma fonte que o tenha mais inspirado, ao longo de sua existência. 
Seguem, a esse respeito, alguns pontos que atestam suas afinidades à visão marxista de mundo, de homem e de sociedade. Um primeiro aspecto a considerar, tem a ver com a grade teórico-metodológica de caráter dialético e de orientação hegeliano-marxista que adota, no exercício de leitura do mundo e da realidade. Parece inegável, por exemplo, sua opção pela análise dialética, não apenas como instrumento analítico, mas também como perspectiva.

            Aspecto da necessidade de mudar o mundo. O compromisso de Freire estava claro “o processo de alfabetização deve relacionar o ato de transformar o mundo com o de pronunciá-lo. Não há “pronúncia” do mundo sem consciente ação transformadora.
” (ACL, 1978: 50). 
            A diversidade de nacionalidades, a sensibilidade para as relações de espacialidade, não escondia sua condição de nordestino nascido no Recife ao mesmo tempo, sem xenofobia dialogar com saberes de outras pessoas.
            A abodagem de Paulo Freire apresenta sempre três dimensões, concepção de mundo, de homem e de sociedade.
          Outro aspecto da teoria freireana é a importância do ato de ler, tal ponto que um livro foi publicado com este título.
   Um parecer sobre Paulo Freire: “Seus livros, não sei em quantas línguas estarão publicados. Imagino (e bem pode ser que eu esteja errado) que nenhum outro dos nossos docentes terá publicado tanto, em tantas línguas”. Um parecer que exalta o trabalho e obras de Freire, o que foi escrito sobre suas teses nos rende até hoje grandes bibliografias.


 REFERÊNCIAS

Barreto, V., Paulo Freire para educadores, São Paulo: Arte & Ciência, 2004;

Palmer, J. A., 50 grandes educadores modernos, de Piaget a Paulo Freire, São Paulo: Contexto, 2006;

Gadotti, M., Paulo Freire, uma bibliografia, Brasília: UNESCO, 1996

Martin Heidegger e Hannah Arendt

Martin Heidegger e Hannah Arendt
 Christina Bakker, Isabelle Quirino, Héricles Victor, Lavínia Shelley, Maria Vitória Ventura

Martin Heidegger foi um filósofo alemão com dilema existencialista, considerado um dos maiores filósofos do século XX. Estudou em Constança, de 1905 a 1906, e em Friburgo até 1909, onde se interessou pela leitura de Brentano e dos filósofos gregos. Em 1927, enquanto lecionava na Universidade de Marburgo, Prússia, publicou sua maior obra “Ser e Tempo”. Depois da estreia da obra, Heidegger foi considerado o maior nome da filosofia metafísica.

  Ao analisarmos a obra “Ser e Tempo”, o autor nos mostra que a essência do homem é completamente dependente de sua relação com o ser, e não de uma racionalidade. O homem apresenta racionalidade, entretanto, este elemento não define sua essência. Em sua filosofia, Heidegger volta sua pesquisa para o estudo do ser, buscando assim “por que existe o ser e não o nada?” e perguntando-se pelo ente, além desenvolve sua pesquisa através do homem, pois é o único ente que tem consciência do ser.

 Para Martin a principal questão da filosofia não é o homem, e sim o ser, em seu conjunto, tendo como objetivo principal de sua obra a investigação do sentido do ser, pois, para ele a pergunta dos filósofos clássicos “o que é o ser?” já é notório.

 Já Hannah Arendt foi uma grande filósofa da atualidade, entretanto, preferia ser chamada de cientista política. Desde pequena interessou-se pela filosofia, tendo contato com a obra de Kant em sua adolescência. Frequentou a Universidade de Marburg, onde se formou em Filosofia em Heidelberg.
 Por intermédio da Segunda Guerra Mundial, precisou fugir de Berlim – por ter origem judaica – e passou boa parte de sua vida nos Estados Unidos, onde desenvolveu sua carreira acadêmica, lecionando assim na Universidade de Chicago, American Academy of Arts and Letters, e na New School of Social Research.

  Em sua filosofia, Hannah Arendt acreditava que o poder politico era gerado pela ação em conjunto dos cidadãos, sendo assim, um poder dialógico e não violento, ao contrário do pensamento politico tradicional ocidental, que via o poder como forma de dominação. Outro fato dialogado em seu pensamento era a filosofia como algo acessível ao homem comum, fazendo-o retornar as atividades básicas do ser humano, como o pensar, o querer e o julgar. Decorrente dessas reflexões, Arendt ultrapassa o caráter especulativo de sua obra, evoluindo assim para questões concretas, como por exemplo, o motivo pelo qual o nazismo cometeu tantas atrocidades, e questionando as razões da banalidade. Para a filósofa, a política só começa quando as necessidades materiais e de força físicas acabam.

  Em suas análises sobre a Era Moderna, a filósofa afirma que, com a ascensão das ciências naturais houve um salto da fé, presente na Idade Média, para a dúvida, pois os sentidos humanos deixaram de ser confiáveis para que houvesse a descoberta da verdadeira natureza das coisas. Com isso, Hannah declara o desaparecimento da esfera pública nesse período.

   A relação entre Martin Heidegger e Hannah Arendt teve inicio quando a filósofa, ainda em formação, ingressou na Universidade de Marburg, e consequentemente, sendo aluna de Heidegger. Os dois, entretanto ultrapassaram o relacionamento aluno professor, tendo uma relação amorosa conturbada. Com o desenvolvimento do nazismo os dois migraram para lados opostos, Heidegger apoiando a ditadura e Hannah fugindo dela. Entretanto esse acontecimento não impediu que os dois continuassem dialogando posteriormente.
John Dewey
Ana Luiza Barros, Filipe Ribeiro, Jennifer Juliana Barreto, Laelson Vicente e Vanessa Cristina.

         John Dewey, filósofo e pedagogo bastante reconhecido, nasceu na cidade de Burlington, nos EUA, no dia 20 de outubro de 1859 e morreu no dia 1 de junho de 1952. É considerado o grande nome da corrente filosófica conhecida como pragmatismo e o expoente máximo da escola progressista americana. Suas principais obras são: Vida e Educação, Democracia e Educação, Escola e Sociedade e Experiência e Educação.
            Em sua obra, Experiência e Educação, o autor sintetiza sua concepção filosófica de Pedagogia, criticando alguns aspectos da educação tradicional; explica a sua teoria de educação mediante a experiência e propõe a educação para a liberdade; expõe o sentido e a orientação que devem ter no ensino e os programas e planos de estudo. Para ele, o principal intuito da educação é fazer com que a aprendizagem do conhecimento leve à prática. Assim, propôs um método que levasse em consideração a experiência de cada indivíduo na sua interação com os outros.
A educação da Escola Progressista, proposta por Dewey, centra o processo educativo na criança. O método utilizado por Dewey buscava encontrar formas eficientes para o ensino e a aprendizagem, onde o aluno seria sujeito ativo no processo de aprendizagem. O autoritarismo era rejeitado por Dewey, pois, para ele, a educação numa perspectiva democrática deveria servir como uma ferramenta de integração. O objetivo da escola deveria ser ensinar a criança a viver no mundo, não havendo separação entre a vida e a educação, esta deve preparar para a vida, promovendo seu constante desenvolvimento. A quantidade e a qualidade do que iria ser ensinado e aprendido deveria levar em conta os anseios da criança.
            Dewey foi professor de Filosofia e Pedagogia na Universidade de Chicago. Foi lá que, em 1896, criou a escola-laboratório, também chamada de Escola Elementar Universitária, que atendia a crianças de 4 a 13 anos, em nível de ensino primário. Nessa escola-laboratório Dewey colocou em prática as seus métodos pedagógicos.

Na escola-laboratório, as crianças formavam grupos, criavam planos e realizavam as atividades sob a mediação do professor que os orientava de acordo com a complexidade da sociedade em que viviam. A experiência educativa era reflexiva. A reflexão e a ação estavam sempre interligadas. O aluno deveria estar em uma situação de experimentação, onde houvesse um problema a ser resolvido e ele deveria possuir os conhecimentos necessários para agir diante de tal situação, tendo a chance de testar suas ideias. Dessa forma, a aprendizagem ocorreria de forma natural.

REFERÊNCIAS
DE ROSA, Maria da Glória. A história da educação através dos textos. 5ed. São Paulo: Editora Cultrix, 1976.
GADOTTI, Moacir. Histórias das ideias pedagógicas. 8. ed. São Paulo: Editora Ática, 1999.

GALIANI, C. ; MACHADO, M.  C. G. . A escola proposta por Dewey: um espaço de valorização da experiência e da formação do sentimento democrático. Disponível em:<http://www.portalanpedsul.com.br/admin/uploads/2004/Painel/Paine/06_39_35_A_ESCOLA_PROPOSTA_POR_DEWEY_UM_ESPACO_DE_VALORIZACAO_DA_EXPE.pdf>. Acesso em 10 de junho de 2015.

http://revistaescola.abril.com.br/formacao/john-dewey-428136.shtml?page=3. Acesso em 10 de junho de 2015

Filósofos pré-socráticos e suas ideias...

Filósofos pré-socráticos e suas ideias...
Amsterdam Thiago Neves de Lima, Ana Paola Viana Ottoni de Siqueira, Andiara de Freitas Emidio, Kellyson Souza da Silva, Laellya Rocha Barros Pinheiro, Rosemary Gonçalves Dias, Séfora Soraia da Costa e Silva


1 Quem foram os filósofos pré-socráticos?
2 Quais suas ideias mais importantes?


RESPOSTAS

Os filósofos pré socráticos existiram entre os anos de 624 a.C. e 399 a.C. Os pensamentos desses filósofos estão divididos em escolas filosóficas, cronologicamente organizadas em escola jônica, escola itálica, escola eleática, escola da pluralidade e escola eclética.
Dentre os filósofos mais importantes da escola jônica podemos destacar Tales de Mileto, Anaximenes, Anaximandro e Heráclito de Éfeso. Eles também são denominados filósofos naturalistas, pois seus estudos estavam centrados nos elementos essenciais de constituição da natureza, como água, ar, fogo e terra. Andiara - Entre as principais ideias de Tales estavam à crença de que todas as coisas estavam cheias de deuses e que a água era o elemento fundamental de constituição de toda a natureza.
Foi Tales também que previu o eclipse solar de 585 a.C., foi responsável pela mudança do curso do rio Nilo para a passagem dos soldados gregos, sugeriu a centralização política da cidade de Teos, criou a prova geométrica através do método dedutivo e o guia de navegação pelas estrelas (há controvérsias). Os pensamentos de Tales foram propagados por seus discípulos, pois não existem registros produzidos pelo próprio Tales. Anaximenes foi discípulo de Tales e acreditava que o ar era o elemento fundamental da natureza. Esta crença está expressa no único registro deixado por ele, a frase "Como nossa alma, sendo ar, nos mantém unido e nos controla, assim faz o vento (ou o hálito) e (o)ar guarda o mundo inteiro". 

Laellya - O conhecimento sobre os três filósofos milesianos se dá através de relatos de outros (?). Anaximandro, sucessor  e pupilo de Tales, viveu entre 610 e 546 a.C. e foi uma combinação de astrólogo, geólogo, matemático e físico, além de filosofo. Foi ele quem provavelmente introduziu o 'gnomon', (relógio solar) baseado no movimento da sombra. O primeiro que ousou desenhar o mundo habitado numa prancha. Há um livro sobre a natureza atribuído a ele onde sua façanha intelectual serviu como inspiração e exemplo para muitos pensadores que o sucederam. Anaximandro afirmava que a substância primordial do mundo era o "apeiron" que não teria fronteira,  limites ou definição. O filósofo descreveu o “apeiron” como envolvendo todas as coisas ilimitadamente e como sendo aquilo com base no qual todos os céus e todos os mundos nele inserido tornam-se existente.    O “apeiron” é mutuamente princípio e elemento.

Heráclito de Éfeso viveu entre 540 e 480 a.C. e era de família aristocrática de Éfeso. Afirmava que o mundo não havia sido criado, mas que sempre existiu. Como todos os pensadores pré-socráticos meditou que a mudança é incessante e universal. O fluxo, o fogo e o a unidade cósmica foram os temas principais deste filósofo.   Argumentava que a coerência e a estabilidade persistem dentro de e por causa do processo contínuo de mudança. A sabedoria consistiria no reconhecimento desta coerência subjacente e da unidade de todas  as coisas.    Heráclito reconhecimento e, por e exploração,  que é a doença que faz a boa saúde,  e que o cansaço revela os benefícios do descanso. O oposto pode tá relacionado de diversas formas. Um caminho observado com base em um ponto de vista pode ser percebido como uma subida; e por outro, como uma descida. Pares opostos podem formar unidades e pluralidade. As ideias de Heráclito nos atingem de maneira profunda  e de modo diferente das ideias dos milesianos. Suas perspectivas é particularmente mística. Trata-se  de um filósofo de difícil interpretação,   que recorre a muitas das nossas intuições, o que por outro lado fascina aqueles que o estudam.

Séfora - Pitágoras de Samos (580 – 500 a.C) foi o principal filósofo da escola itálica. Nascido em Samos, dissidente da Escola Jônica, desenvolveu suas atividades no sul da Itália, afastando-se da concepção naturalista daquela. Defendia a ideia de que o número era a origem do cosmos, que a Terra e o Sol giravam em torno de um fogo central e que o mundo respirava o ar ilimitado pelo qual estava envolvido. Engajou-se no estudo da aritmética e da geometria e desenvolveu o Teorema de Pitágoras, segundo o qual o quadrado da hipotenusa de um triângulo retângulo é igual à soma dos quadrados dos catetos. Aristóteles cita a Tabua Pitagórica de Opostos como contribuição de Pitágoras à filosofia, pois trazia dez princípios com ideias opostas que governam as atividades humanas.

Kellyson – Xenófanes de Cólofon foi dos principais nomes da escola eleática ao lado de seu discípulo Parmênides.  Xenófanes criticava o modo de pensamento grego da filosofia antiga, ou seja, era totalmente contra o antropomorfismo. Isso implica que ele repudiava o pensamento de que os deuses tinham a aparência e os costumes semelhantes aos dos homens, pois, para ele, Deus era um ser único, imensurável e perfeito e não poderia se atribuir características físicas e nem sentimentos a um DEUS.
    Xenófanes também foi um grande poeta andarilho. Ele viajou diversas por colônias gregas itálicas, sempre buscando inspirações para seus poemas. Ele valorizava a sabedoria e os prazeres vividos socialmente de forma moderada e acreditava que da terra é que surgiam todas as coisas. Que na terra nascemos e que nela terra morreremos.
    Parmênides de Eléia foi o fundador da escola eleática e talvez o filósofo que mais influenciou os pensamentos de Sócrates e Platão. Ao contrário de Heráclito que recitava que o mundo estava em constante mudança, Parmênides defendia o conceito de que nada muda tudo é uno (?). Um dos conceitos mais marcante dele foi “Se este algo existe, então podemos deduzir que este algo não pode não existir’’ e na contradição lógica de que “o frio é a falta de calor e o calor é a falta do frio’’, ou então que “a luz é a falta do escuro e o escuro é a falta de luz”. Esta crença lhe atribui a questão muito clara do “Ser e do Não-Ser”.

      Na escola da pluralidade podemos destacar Leucipo, Demócrito, Empedogles e Anaxágoras.  Ana Paola - Leucipo postulava átomos e o vazio, e Demócrito compartilhava com ele da mesma teoria. Associou se a Parmênides em Filosofia, mas sua interpretação da realidade tomou rumos diferentes. Enquanto Parmênides considerava o todo como uno, imóvel, não criado e limitado, Leucipo postulava inúmeros elementos em movimento perpétuo. os átomos. E sustentava que o número das formas era infinito. Observou também que o nascer e a mudança são incessantes no mundo. Para Leucipo, o não ser existe assim como o ser, e ambos são a causa do nascimento das coisas. A natureza dos átomos era compacta e cheia (ser), e movia se no vazio (não ser). O ser difere só em ritmo, contato e revolução. 
      Demócrito também sustentava que os elementos são o Ser (cheio) e o não ser (vazio). Ser cheio é sólido e não ser é não denso. Para ambos os corpos ocupam espaço e o vazio só existe onde os átomos não estão. Demócrito foi um grande autor em outros ramos da ciência e escreveu livros como "O grande sistema do mundo" sobre atomismo e física e o "Pequeno sistema do mundo" sobre cosmografia e os planetas. Diz se que viajou até o Egito para visitar os sacerdotes e aprender geometria. Foi a pérsia visitar os caldeus e ao mar vermelho. Associou se aos filósofos nus na Índia, e também foi a Etiópia. Desenvolveu a teoria da percepção. O trabalho de Leucipo de Eleia e Demócrito de Abdera deu estímulo ao desenvolvimento da moderna Teoria Atômica. 

        Amsterdam Thiago – Sobre Empédocles de Agrigento (490 a.C. - 430 a.C.), com uma escrita que visava encantar e convencer emocionalmente, Empédocles expressou em belos versos o seu modo de pensar bem como seu conhecimento sobre a Natureza e sobre religião. Empédocles é considerado o último filósofo grego a escrever em versos e os fragmentos que restam de suas lições estão em dois poemas: Purificações e Sobre a Natureza. Retomando as discussões dos primeiros filósofos, Empédocles concordava que a Natureza possuía uma só origem, mas inovou ao pensar essa origem não apenas derivada de um princípio único, mas sim composta de quatro raízes fundamentais: terra, fogo, ar e água. Segundo Empédocles, era a partir da reunião e separação desses elementos que todas as coisas surgiam. O DEVIR ou movimento e transformação, geração e corrupção das coisas, surgimento e desaparecimento delas, devem-se à mistura desses elementos distribuídos em várias proporções. O que caracterizava cada ser era a predominância de um ou outro destes elementos, sendo que um nunca se transforma no outro, mas somente se distribuem diferentemente nos seres. No entanto, mesmo considerando os quatro elementos fundamentais que sempre permanecem em todas as transformações, a causa que provocava a reunião ou separação destes elementos era extrínseca a eles: conforme Empédocles, o Amor e o Ódio são os dois elementos universais que proporcionam o movimento de reunião e separação das substâncias. Empédocles deve ter percebido que amor e ódio aproximam e afastam os seres humanos e por isso elevou-os à categoria de forças antagônicas cósmicas capazes de realizar o processo de atração e repulsão. Para nosso filósofo, os opostos não se atraem, mas pelo contrário, o semelhante atrai o semelhante e o dessemelhante afasta o dessemelhante. E esse movimento é considerado eterno, um ciclo constante no qual, quando prevalece a harmonia, é porque o Amor está atuando. Quando é a desarmonia ou desequilíbrio que prevalece (seja na política, na saúde, no emocional etc.) é porque o Ódio está atuando. Com essa visão, Empédocles inaugura a forma “pluralista” de pensar a Natureza. Isso quer dizer que vários elementos são os constituintes da realidade, não apenas um como pensavam os primeiros filósofos.

Sobre Anaxágoras de Clazômena (500 a.C – 428 a.C) afirmou que a Natureza é eterna e por isso não pôde ser nem criada e nem pode ser destruída. Fazia parte daqueles que acreditavam em uma pluralidade de elementos constituintes dos seres. Conforme Anaxágoras, cada coisa surge quando vários elementos se agregam, e desaparecem quando esses se separam. Ele pensava que as coisas ou seres eram compostos com qualidades semelhantes que, ao serem divididas ao infinito, se repetiam em cada porção. A esses elementos-qualidades, que associadas geram o ser, Anaxágoras chamou de Noûs (espírito, pensamento, inteligência). O Noûs é o princípio ou arché de todas as coisas. É ele que fornece as leis do pensamento que se sobrepõe aos sentidos para conhecer e governar o universo. É preciso entender que o pensamento está nas coisas também, não é algo separado delas. Tudo tem causa e essa é sempre natural, física, ainda que o espírito aqui seja concebido materialmente. Por exemplo: em um fio de cabelo, por menor que seja a partícula que o divide, nela contém todos os elementos do universo. “Tudo está em tudo”, afirmou Anaxágoras. E com isso, o Noûs é a matéria, a substância que causa tanto a agregação quanto à separação dos elementos que constituem os seres. Por seu pensamento inovador, Anaxágoras foi acusado de impiedade (não crer nos deuses) e condenado à morte, mas conseguiu fugir antes de ser pego. Os deuses eram descartáveis, segundo o filósofo, justamente porque o essencial para que cada coisa existisse já estava contido no Noûs.

Meyre - E, finalmente, na escola eclética destacamos os filosóficos Arquelau de Atenas e Diógenes de Apolônia. Arquelau de Atenas contribuiu muito pouco para a filosofia, mas se destacou pelo fato de ter sido discípulo de Anaxágoras e professor de Sócrates. Ele tenta introduzir algo de original no estudo da origem e do desenvolvimento do universo mas mantém os mesmos, princípios de Anaxágoras. Ambos sustentavam que os princípios são infinitos em número, mas diferentes em espécie. Os principais pontos revistos por Arquelau foram o espírito, a substância primária, as quatro massas do mundo e a zoogenia. O espírito, para Arquelau, é inato a todos os animais, mas alguns fazem uso dele mais rápido que os outros. A substância primária seria o ar infinito com sua condensação e rarefação. A origem do movimento foi à mútua separação do quente e do frio, o primeiro com movimento e o segundo estático. Os homens e os animais nasceram primeiro da umidade, vindos da parte mais baixa onde o quente e o frio se misturavam. A água se liquefez por ação do quente que se junta e desce para a região mais baixa, forma a terra e na medida que volta cria o ar. A terra seria imóvel com bordas altas e côncava no meio, por isso o sol não nasce e se põe ao mesmo tempo para todos os homens.

Diógenes de Apolônia é considerado o último dos filósofos pré-socráticos, fez do ar o elemento primário. Para ele as coisas se originavam de um mesmo elemento que seria o ar infinito e inteligente. Esse ar inteligente administra e governa tudo e se assemelha com Deus, pois está em todas as partes. O que difere os animais é o calor das suas almas que seriam constituídas de um ar pensante que se manifesta enquanto vivemos e respiramos mas que morre através do último suspiro. Diógenes acreditava em uma terra redonda, centralizada e suportada pelo ar. Para ele existiam mundos infinitos e infinito também era o espaço. Os entes seriam diversificações de um só ser, que se tornam diferentes em circunstâncias diversas mas que retornam ao mesmo ser inicial, “Nada procede do não ser e nada se resolve no não-ser”.


REFERÊNCIAS
BRUN. Jean. Os filósofos pré-socráticos. Biblioteca Básica de Filosofia, 1991.
COLLISON, Diané. 50 grandes filósofos. 2. Ed. São Paulo: Contexto, 2004.
KIRK.G.S. RAVEN.J.E. Os pré-socráticos. 2 Ed. Fundação Calouste Gulbenkian, 1982.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Loris Malaguzzi e a Reggio Emilia

Catarina Gabriela de Andrade Alves, Fátima Izabela Dantas Tavares, José Alves de Lima Neto, Juliana Marcela Dantas Matias, Kamila Sayonara Barbosa da Silva, Lorena da Silva Gomes, Paula Cristina Costa, Suzane Nayara Nascimento de Melo

Loris Malaguzzi nasceu em 1920. A partir do final da segunda guerra mundial, nosso “professor primário” vai cursar psicologia em Roma quando inicia em Villa Cella aquela que será sua aventura em Reggio Emilia. Promotor de uma filosofia da educação inovadora vai revolucionar o conceito de infância, denunciou os preconceitos que existiam contra as crianças e a colocou-a como protagonista em um mundo adultocêntrico. Loris Malaguzzi diferencia –se de outros pensadores clássicos das pedagogias da infância, de um lado, por sua atuação na administração pública (ele foi secretário de educação do município de Reggio Emilia no norte da Itália) e, por ter uma escassa produção escrita sobre seus inúmeros avanços conceituais na formulação de políticas, práticas pedagógicas e formação de professores. Foi um pensador da educação das crianças pequenas de 0 a 6 anos, inaugurando na Itália a educação laica na primeira infância e a rede na esfera municipal.

Como gestor da Reggio Emilia teve lugar na politica italiana: travando uma luta por creches com o movimento feminista e as três centrais sindicais. Em 1971, é elaborada e sancionada a lei que garante o direito a creches. Com visão Marxista, o comunista Malaguzzi partia do pressuposto de que a educação não é neutra, pois ela tanto reproduz quanto transforma a realidade. Apaixonado pela educação, desafiado a inovar constantemente, elaborou e coordenou a construção de uma pedagogia singular, que não está nos livros e mesmo sem escrevê-la academicamente documentou e divulgou-a. A documentação tornou-se metodologia que sistematiza essa atividade humana. Para ele, a pedagogia é um motor para a transformação política e a documentação favorece o seu confronto público.

A partir de seu projeto cada cidade italiana vai articular a educação infantil com os outros setores do tecido social, visando a melhoria das condições de vida material e não material das crianças e dos adultos. Nessa pedagogia uma das grandes novidades a ser destacada é o ateliê. Professores e crianças são protagonistas. A criança se espalha por todo o mundo através de suas culturas infantis, das manifestações de suas obras tridimensionais, dos desenhos inventivos que mostram a tridimensionalidade do real, do imaginário, dos jogos e dos movimentos que ocupam o espaço em tempos diferenciados do tempo do capital. Não é uma escola de ensino obrigatória, é um espaço de criação das culturas infantis em que o ateliê é o eixo da pedagogia. As competências das crianças não são exploradas pelo mundo da arte, o que acontece é que a arte é o meio utilizado para que, depois, se consiga transmitir outros conhecimentos à criança.


REFERENCIA


FORMOSINHO, J.O., KISHIMOTO, T.M., PINAZZA, M.A. Pedagogia(s) da infância: Dialogando com o passado construindo o futuro. Porto Alegre: Artmed, 2007.