quinta-feira, 21 de maio de 2015

MONTAIGNE

MONTAIGNE

DÉBORAH LIMA DE PAIVA, ELISABETH ARAÚJO, MARÍLIA PACHECO, WILDNA PAULA DE S. SILVA



            Montaigne foi um filósofo francês de concepções progresistas, que viveu entre 1533 e 1592, período de profundas transformações na Europa e principalmente na França. Era o momento de transição do modo de vida e modelo econômico feudal para o princípio do capitalismo. O ideal o qual envolvia esse período era o do iluminismo, movimento cujas bases pautavam-se na razão como “a luz” que pode guiar o conhecimento de tudo que há no mundo.
            Nesse sentido o ser humano também passa a ser enxergado pela luz da razão como um ser racional e social, e não mais a partir das lentes da religião e das concepções da Igreja daquela época. É nesse contexto e viés que emergem os estudos de Montaigne, pensador o qual, influenciado pelo Iluminismo e pelos grandes pensadores clássicos (como Sócrates e Platão), dedica-se a buscar compreender o homem e suas atitudes na sociedade, inclusive no que diz respeito ao ambiente escolar.
            Sobre o ambiente escolar, Montaigne refletia desde as estruturas físicas da escola, sua coordenação, seu corpo docente, como deveria acontecer o processo de ensino-aprendizagem, quais sujeitos essa escola deveria formar e até mesmo qual o papel da escola e da educação na sociedade.
            O autor acredita que o ambiente escolar deve ser um espaço estruturado capaz de antender às especificidades dos alunos no tocante ao seu aprendizado tanto para uma vida cidadã, quanto para a vida do mundo do trabalho. Contudo, para que essa formação aconteça, é necessária também a devida formação dos mestres, dos professores, cujo papel, para Montaigne, não deve ser de simples “explicador de conteúdos”. Ele acerditava na atuação do professor como um guia do processo de ensino-aprendizagem e que, para isso, era necessário, mais do que ciência e conhecimento técnico, mas também a inteligência para aprender as coisas novas e bons costumes para nortearem as relações.
Ainda sobre o papel do professor, Montaigne acredita que esse profissional deve ser alguém que, através do diálogo, da reflexão, e  - principalmente - da experimentação das coisas, leve o seu aluno a aprender por si próprio.
A partir disso, é importante destacar que esse filósofo foi um dos primeiros pensadores a chamar atenção para a necessidade de se aprender a partir das experiências concretas; e não apenas isso, a partir do diálogo do aluno com alguém que tem mais conhecimento acerca do tema do que ele. Além disso acredita que o exercício e a reflexão constante colaboram para o aprendizado, bem como o caráter prazeroso e atraente desse processo.
Tendo em vista tudo isso, é preciso compreender então o que Montaigne concebia acerca da educação e de seus formandos. Sobre isso o pensador acreditava numa educação que formasse o homem com consciência de si e de suas ações perante a sociedade, capacitando-o para julgar e emitir opiniões sobre ela e as relações nela presentes. Com esse caráter a educação tem a função de formar cidadãos para a vida e para o trabalho, conscientes de si, de seus atos, de sua sociedade; capaz, então de julgar e emitir opiniões a partir de valores justos e bons. Desenvolve-se-ia, então, um aluno crítico e autônomo perante o conhecimento e a sociedade.

São essas as principais ideias de Montaigne, que no século XVI já falava de coisas tão “a frente de seu tempo” e ainda tão pertinentes nos dias atuais.

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