MONTAIGNE
DÉBORAH
LIMA DE PAIVA, ELISABETH
ARAÚJO, MARÍLIA
PACHECO, WILDNA
PAULA DE S. SILVA
Montaigne foi um filósofo francês de
concepções progresistas, que viveu entre 1533 e 1592, período de profundas
transformações na Europa e principalmente na França. Era o momento de transição
do modo de vida e modelo econômico feudal para o princípio do capitalismo. O
ideal o qual envolvia esse período era o do iluminismo, movimento cujas bases
pautavam-se na razão como “a luz” que pode guiar o conhecimento de tudo que há
no mundo.
Nesse sentido o ser humano também
passa a ser enxergado pela luz da razão como um ser racional e social, e não
mais a partir das lentes da religião e das concepções da Igreja daquela época.
É nesse contexto e viés que emergem os estudos de Montaigne, pensador o qual,
influenciado pelo Iluminismo e pelos grandes pensadores clássicos (como
Sócrates e Platão), dedica-se a buscar compreender o homem e suas atitudes na
sociedade, inclusive no que diz respeito ao ambiente escolar.
Sobre o ambiente escolar, Montaigne
refletia desde as estruturas físicas da escola, sua coordenação, seu corpo
docente, como deveria acontecer o processo de ensino-aprendizagem, quais
sujeitos essa escola deveria formar e até mesmo qual o papel da escola e da
educação na sociedade.
O autor acredita que o ambiente
escolar deve ser um espaço estruturado capaz de antender às especificidades dos
alunos no tocante ao seu aprendizado tanto para uma vida cidadã, quanto para a
vida do mundo do trabalho. Contudo, para que essa formação aconteça, é
necessária também a devida formação dos mestres, dos professores, cujo papel,
para Montaigne, não deve ser de simples “explicador de conteúdos”. Ele
acerditava na atuação do professor como um guia do processo de ensino-aprendizagem
e que, para isso, era necessário, mais do que ciência e conhecimento técnico,
mas também a inteligência para aprender as coisas novas e bons costumes para
nortearem as relações.
Ainda
sobre o papel do professor, Montaigne acredita que esse profissional deve ser
alguém que, através do diálogo, da reflexão, e
- principalmente - da experimentação das coisas, leve o seu aluno a
aprender por si próprio.
A
partir disso, é importante destacar que esse filósofo foi um dos primeiros
pensadores a chamar atenção para a necessidade de se aprender a partir das
experiências concretas; e não apenas isso, a partir do diálogo do aluno com
alguém que tem mais conhecimento acerca do tema do que ele. Além disso acredita
que o exercício e a reflexão constante colaboram para o aprendizado, bem como o
caráter prazeroso e atraente desse processo.
Tendo
em vista tudo isso, é preciso compreender então o que Montaigne concebia acerca
da educação e de seus formandos. Sobre isso o pensador acreditava numa educação
que formasse o homem com consciência de si e de suas ações perante a sociedade,
capacitando-o para julgar e emitir opiniões sobre ela e as relações nela
presentes. Com esse caráter a educação tem a função de formar cidadãos para a
vida e para o trabalho, conscientes de si, de seus atos, de sua sociedade;
capaz, então de julgar e emitir opiniões a partir de valores justos e bons.
Desenvolve-se-ia, então, um aluno crítico e autônomo perante o conhecimento e a
sociedade.
São
essas as principais ideias de Montaigne, que no século XVI já falava de coisas
tão “a frente de seu tempo” e ainda tão pertinentes nos dias atuais.
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