segunda-feira, 18 de maio de 2015

COMENIUS – A ARTE DE ENSINAR A TODOS

COMENIUS – A ARTE DE ENSINAR A TODOS
ALESSANDRA SILVEIRA, CARMEN DALYANN, CLÁUDIO EDUARDO, JANAÍNA PETRÓVNA, KAREN MICHELLE, MARIA CATIANY FERNANDA KAROLINE

Fique estabelecido, pois, que a todos os
que nasceram homens a educação é necessária,
para que sejam homens e não animais ferozes,
não animais brutos, não paus inúteis.
Segue-se que alguém só estará
acima dos outros se for
mais preparado que os outros”.

            Não é à toa que Comenius é considerado o pai da Didática Moderna. Em pleno século XVII ele já pensava na educação do homem como um ser integral, Suas teorias colocavam o homem, não como expectador, e sim como protagonista no mundo.
Todos os ideais de Educação hoje se norteiam na sua principal idéia: Educação para todos e Educação de boa qualidade. Até no discurso de posse da presidenta Dilma no segundo mandato lançando o lema Brasil – Pátria Educadora: “Só a educação liberta um povo e lhe abre as portas de um futuro próspero. Democratizar o conhecimento significa universalizar o acesso a um ensino de qualidade em todos os níveis – da creche à pós-graduação; para todos os segmentos da população – dos mais marginalizados, os negros, as mulheres e todos os brasileiros.” ecoa o discurso de Comenius de quatro séculos antes, e isso nos faz entender a importância de resgatar os estudos, deste que foi, segundo alguns estudiosos, o profeta da escola democrática (Covello, 1991:86)
Até hoje buscamos respostas para o questionamento de Comenius:  Quando o aluno sairá da escolha com uma instrução sólida e não apenas com um verniz superficial?

Vida e Obra - Joan Amos Comenius (1592 – 1670)
            Nascido em Nivnice, localizada na Europa Central, região da antiga Tcheco-Eslováquia. Comenius era filho de cristãos adeptos dos irmãos morávios. Os irmãos Morávios formavam uma seita que pregava rígida conduta e disciplina, leitura das sagradas Escrituras, vida austera e piedade para com o próximo.
            Aos 12 anos, fica órfão, perde, ainda, suas duas irmãs, e passa a ser criado por uma tia e por tutores da Irmandade. A escola da época adotava a “pedagogia da palmatória”. A rigidez da sua educação foi alimentando o desejo de transformar a educação.
            Quando concluiu os estudos básicos, mudou-se para Alemanha para cursar Teologia. Ainda como aluno, destacou-se e apresentou duas teses de doutorado. Conquista os professores e molda o seu caráter reformador.
            Volta para cidade natal, ansioso para colocar em prática tudo o que aprendeu, tornando-se professor. Aos 24 anos, forma-se pastor. A religião sempre esteve presente na sua vida e nas suas obras.
            Mais uma tragédia marca a sua vida. A Guerra dos 30 anos, católicos contra protestantes que se iniciou na Alemanha e estende-se pela Europa devasta a sua cidade, suas propriedades, destrói seus manuscritos. Em consequência do conflito, perde ainda, sua esposa e filhos.
            Em 1626, casa-se novamente e influenciado pelas idéias de Elias Bodin, ajuda o sogro a desenvolver um plano didático.
            Em 1627, o catolicismo passa a ser religião oficial e quem não se convertesse deveria deixar o país. Iniciou o seu longo exílio na Polônia. Lá, retoma suas atividades como professor, interessa-se pelo ensino de línguas e desenvolver suas teorias. Passa quatro anos, compondo a Didáktica Ceska.
            Em 1632, retorna à pátria com a missão de orientar os estudos de jovens teólogos no exterior.
            A essa altura, Comenius submete suas teorias à leitura de várias pessoas e após duras críticas deixa-as de lado. Após, 20 anos, com o incentivo de alguns estudiosos publica a Didática Magna, sem revisões, praticamente igual ao manuscrito original.
            A Didática Magna foi descrita por Comenius como sendo a Didática da Vida, a arte universal de ensinar tudo a todos.
“O que somos, fazemos, pensamos, dizemos, inventamos, conhecemos, possuímos é como uma escada com a qual, subindo sempre mais, alcançamos degraus mais altos, mas nunca chegamos ao topo”.

ACERVO
            Segundo historiadores, Comenius escreveu mais de 250 obras que versam sobre política, sociologia, pedagogia, filosofia e teologia, traduzidos em vários idiomas.
            Dentre as obras mais famosas, destacaremos: O Labirinto do Mundo (1623), Didactica checa (1627), Guia da Escola Materna (1630), Porta Aberta das Línguas (1631), Didacta Magna (versão latina da Didactica checa) (1631), Novíssimo Método das Línguas (1647), O Mundo Ilustrado (1651), Opera didactica omnia ab anno 1627 ad 1657 (1657), Consulta Universal Sobre o Melhoramento dos Négocios Humanos (1657), O Anjo da Paz (1667) e A Única Coisa Necessária (1668) entre outros.

CONTRIBUIÇÕES PEDAGÓGICAS
Naquela época, ensinar a todos, independente de sexo, classe social, religião, era totalmente reformador, visto que, poucos privilegiados, homens de classe abastada, tinham acesso à educação.
Em contraposição aos métodos tradicionais de educação, Comenius, pregava a necessidade da interdisciplinaridade, da afetividade do educador e de um ambiente escolar com espaços livres.
Comenius também discordou de Descartes e afirmou que devemos aprender com a natureza e nunca subjugá-la.
Seu método didático constituiu-se basicamente de três elementos: compreensão, retenção e práticas. Através delas se pode chegar a três qualidades fundamentais: erudição, virtude e religião, a quais correspondem três faculdades que é preciso adquirir: intelecto, vontade e memória.

“Entendo por INSTRUÇÃO todo conhecimento das coisas, das artes e das línguas; por COSTUMES, não só a correção do  comportamento externo, mas  o equilíbrio interno e externo dos movimentos da alma; por RELIGIÃO, a interna veneração com que o espírito humano se liga e se vincula à divindade suprema”. (Comenius)

O fundamento do método proposto por ele consistia no princípio de que, por natureza, o homem está disposto a aprender todas as coisas e o desejo de saber é inato. Porém apesar da predisposição natural para aprender. Nada é aprendido ao acaso, exige método, experimentação e comprovação. Não existe raciocínio fragmentado. Daí a Didática Magna, ser a arte de ensinar tudo a todos.
O método de Comenius

 A educação para Comenius tem uma base filosófica que denominou “pansofia”, a procura de um princípio básico que harmonizasse todo o saber. Baseado nisso, alguns dos fundamentos de Comenius era que de tudo o que se aprende é necessário encontrar logo a utilidade e, ainda, que deve-se se estimular a compreensão e só depois a memorização do que for realmente importante, tendo o cuidado de atentar para a idade dos alunos e de ir sempre de um conteúdo mais fácil para um mais difícil


Que a proa e popa da nossa didática sejam: buscar e encontrar um método para que os docentes ensinem menos e os discentes aprendam mais; que nas escolas haja menos conversa, menos enfado e trabalhos inúteis, mais tempo livre, mais alegria e mais proveito, que na república cristã haja menos trevas, menos confusão, menos dissensões, mais luz, mais ordem, mais paz e tranqüilidade”. (Op. cit.,1997:11-12).
Enfim, tudo o que é amplamente discutido ainda hoje já estava sendo pensado há séculos atrás, abstraindo a passagem cronológica do tempo, os novos contextos sociais, políticos e econômicos, nos resta o fato de que ainda não colocamos o trem nos trilhos.


Referências
COMENIUS, Jan Amós. Didática Magna. 2.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2002
PARO, Vitor Henrique. Administração Escolar á Luz dos Clássicos da Pedagogia. São Paulo: Xamã, 2011

http://ibict.metodista.br/tedeSimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo


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